sábado, 6 de março de 2010

DO ARTISTA QUANDO JOVEM, de Pedro Kosovski. Direção: Marco André Nunes.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com o que foi dito. Me expresso aqui como psicanalista, como leitora e estudiosa de Joyce, mas também como expectadora. O espetáculo é composto de cenas fragmentadas, mas que estão muito bem sobrepostas e o segredo é realmente não tentar decifrá-las, pois se chega muito perto, mas não há como apoderar-se. E esse é o sucesso da peça: uma tentativa contínua de mostrar como tudo escapa desde o tempo até o sentido da vida.
    Sentir-se perdido é natural da escuta que se origina de uma psicose. Diálogos primorosos feitos numa adaptação tão difícil e tão complexa foram o que assisti. O inconsciente ganha um amarrado perfeito que nada tem a ver com o real . A estranheza ronda e incomoda o telespectador. E essa é a função, realizada com primor: sacudir, desconstruir, refazer, repetir,... fazer pensar.
    Maravilhosa e original a entrada com os depoimentos apaixonados de outros artistas, tão jovens ainda no seu caminhar, mas cuja proposta é a mesma e se entrelaça com a garra dos atores em cena e de toda a produção.
    Aproveito aqui solicitar cartazes da peça para que possa expor na instituição psicanalítica na qual participo e para expor meu desejo de participar de alguma forma, da produção de futuros textos ou de ensaios de Joyce ou afins.
    Recebam meus parabéns de pé!!!
    Maria Lucia Gomes
    Psicanalista
    gomes_marialucia@yahoo.com.br

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